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Entrevista com Leyslie Martins - The Handmaid's Tale


Entrevista com Leyslie Martins, crítica de cinema, mestre em comunicação produtora musical, cantora e compositora. Criadora do portal Todas Geek (@todasgeek – Instagram), onde fala sobre música, filmes e séries.



Para você, quais os melhores e piores pontos de The Handmaid’s Tale?
Sem dúvida, THT tem um peso enorme com as atuações, principalmente a protagonista Elisabeth Moss! Tratar de igualdade de gênero, na época em que a sociedade atual é sexista, faz com que o assunto seja importante a ponto de ser discutido. Sem falas banais, a narrativa supera distopias de ficção científica e faz do drama uma bela história. O ponto fraco do seriado é o ritmo. Apesar de tudo ser interessante, a seriedade do tema causa  lentidão e há poucas cenas de alívio cômico.

Qual a importância da série para a discussão de igualdade de gênero?
Tratar de um assunto tão importante quanto igualdade de gênero é um destaque positivo para a série. Produtos audiovisuais devem gerar discussão e reflexão. De tudo, isso é o mais importante! As situações vividas pela protagonista geram empatia do espectador e incômodo. Se caso não houver esse sentimento, infelizmente o sentido de mostrar às pessoas o valor de uma mulher não faz diferença.

Em sua opinião, a partir da distopia, a série consegue demonstrar os principais problemas da sociedade relacionados a gênero de forma didática?
Aprender com algo legal é ótimo. Ficar ouvindo discursos e palestras sobre um assunto tão sério e polêmico, por incrível que pareça, pode não fazer tanto efeito quanto um produto audiovisual. Toda forma de arte traduz uma mensagem. Então, quanto mais abordarmos assuntos necessários em series, filmes, exposições e afins, a pedagogia do aprendizado é muito mais fácil. THT mostra cenas de sexo sem romantização, do jeito que é. A forma crua do sexo não consensual.

O que você espera das próximas temporadas?
Como amante de finais felizes, espero que a reviravolta das aias seja diferencial, repleto de palavras incentivadoras e com um discurso belo. A total liberdade delas é o que me motiva e espero que aconteça.

Você acha que os personagens foram bem construídos?
Para mim, foram. Eu acredito que a Offred, que é a protagonista, tem uma evolução muito sutil, então, a partir do momento que ela vai encontrar o Nick, na primeira temporada, já é um movimento de resistência como mulher. Toda a série de The Handmaid’s Tale trata disso, de um momento em que as mulheres deixam de ter liberdade para seguir o “papel” de reprodutoras, por motivo de cunho religioso.
Eu acho que não é à toa que Elisabeth Moss ganhou prêmios. Acredito que ela seja a melhor pessoa para interpretar esse papel. Em minha opinião, drama é um trabalho muito difícil para o ator e mais desafiador ainda para quem faz série. Quanto aos outros personagens, acredito que eles completam a protagonista. Eles não são tão incríveis quanto ela, mas a construção de toda a série é maravilhosa.

Thábata Bauer

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